Um Porsche da Volks? Falta molho
- agenciabynana
- 30 de mai.
- 2 min de leitura
Você já pensou em comprar um Porsche... e aí alguém te lembra que ele é da Volkswagen? Pois é, dá um bug na cabeça. E é exatamente isso que muitas marcas evitam a todo custo com uma estratégia de marketing poderosa (e cheia de drama corporativo): a criação de submarcas de luxo por empresas populares.
Vamos traduzir: uma marca vende carros acessíveis, populares, que todo mundo conhece. Mas ela também quer entrar no clubinho dos carrões de luxo, dos tapetes vermelhos automotivos. E aí? Ela lança uma marca separada, com nome, logo e até sotaque próprios. Tudo para não misturar o arroz com o caviar.
🍱 Por que isso importa?
Imagina a cena: você paga uma fortuna num carrão, cheio de couro, LED e painel digital... e descobre que por baixo é "só um Toyota". A sensação é tipo pedir lagosta e receber carne de panela. Não importa se o carro é ótimo — o valor percebido cai na hora.
Por isso, a Toyota criou a Lexus, a Honda criou a Acura, a Nissan lançou a Infiniti e a Hyundai desenvolveu a Genesis. Tudo para proteger a imagem popular da marca original e, ao mesmo tempo, conquistar o público premium com uma nova identidade.
🧠 Mas por que não vender tudo com a marca principal?
Porque imagem é tudo. A Volkswagen, por exemplo, até tentou vender modelos luxuosos sob sua própria marca (alô, Phaeton). Mas o nome "Volkswagen", que significa literalmente "carro do povo", não combina com luxo europeu e champanhe gelado. Resultado? O modelo flopou. A lição foi aprendida.
Hoje, a VW controla marcas como Audi, Porsche, Bentley e até Bugatti, mas deixa cada uma brilhar com sua própria coroa. Assim, quem compra um Porsche não está pensando em motor compartilhado com o Golf — está pensando em pista, status e performance.
💡 E o que aprendemos com isso?
Essa técnica de marketing — chamada de brand separation — mostra que às vezes, para vender diferente, você precisa parecer diferente. Não adianta colocar terno em marca de camiseta e achar que vai funcionar.
Criar uma nova marca não é só um capricho; é estratégia. É entender que o público de luxo compra mais do que um produto: ele compra história, exclusividade e sensação de status.
Então, da próxima vez que você ver um Lexus na rua, lembre: tem um Toyota ali por baixo — mas com muito mais molho por cima.


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